EUA, Intolerância e Redes Sociais

Olá pessoal.
Em primeiro lugar gostaria de pedir desculpas pela ausência. Enquanto envelheço imagino que minha opinião valha menos e passo a ter certeza de que ela é só mais uma dentre tantas outras que não mudam a vida de ninguém. Porém, em geral, escrevo apenas para registro e não para mudar a vida de alguém do outro lado do Atlântico. É interessante registrar seus pensamentos e vê-los anos depois e perceber o quanto ele é dinâmico e o quanto ele amadurece ao longo dos anos. Amadurecer nem sempre é sinônimo de melhorar, tenham isso em mente kkkkk.

Recentemente estamos sendo bombardeados sobre os Estados Unidos e suas passeatas de intolerantes. E por intolerantes não denomino os Neonazistas Supremacistas Brancos ou o que diabos esses caras se autodenominem. Refiro-me também às pessoas que se dizem tolerantes e que demonstraram-se intolerantes quanto aos atos daqueles que elas diziam intolerantes. Estranho isso não?

Talvez eu não seja a pessoa certa para abordar o assunto. Afinal, em algum ponto eu provavelmente vou discordar de grandes  e renomados pensadores como Karl Popper e John Rawls (Se não sabe quem são é bom pesquisar mesmo que seja na Wikipédia), dentre outros que em algum momento abordaram o paradoxo da tolerância. Se você já ouviu a palavra paradoxo, mas não tem muita certeza do que ela significa, simplesmente “google it” (joga no google) e assista ao vídeo do canal de YouTube Nerdologia sobre Paradoxos clicando AQUI.

Após ler sobre Popper, Rawls e paradoxos você já tem certeza de que um zé ninguém como eu não é a melhor leitura sobre o que é certo ou errado. Porém, sabendo disso, meu ponto aqui é outro. Como sempre gostaria apenas que todos vocês refletissem internamente sobre o que vou expor e cheguem a uma conclusão por si. E se você não tem a menor ideia do que se passou nos Estados Unidos é melhor começar a assistir um pouco de TV (não tô falando de novelas e Faustão, mas um pouco de jornalismo não faz mal a ninguém).

A partir da premissa que todos sabem o que ocorreu nos Estados Unidos nos últimos dias vou postar uma tirinha que vi no Meu Facebook.





Segundo a minha interpretação da imagem acima está explícito que embora sejamos tolerantes, não devemos tolerar os intolerantes.
Ok!

Faz todo o sentido se você se julga uma pessoa tolerante, que aceita as diversidades sociais e vai além, prega a tolerância, a camaradagem e o bom convívio. É claro que não podemos permitir que pessoas que divergem do seu ideal de paz social deve ser impedida de expor suas ideais sob risco de destruir a sociedade em que vivemos. Pregar ódio às pessoas afrodescendentes ou aos gays, ou a qualquer grupo social pode destruir uma sociedade. Acho que a maioria que lê isso concorda não?

O problema é que dizer que não se deve tolerar os intolerantes pode servir para os dois lados. Afinal quando um grupo de pessoas que vai contra os ideais de um outro grupo e os agride, também estão sendo intolerantes, ou seja,  o grupo até intão tolerante agride os que eles acham intolerantes. E na visão dos que foram agredidos, os agressores é que são intolerantes. Aí temos dois grupos aplicando a lógica da imagem “Não se deve tolerar os intolerantes”. A bagunça tá feita e assim talvez seja possível compreender um pouco mais a bagunça que se instalou nos Estados Unidos.

Poxa Gabriel, mas como resolver essa situação?

Acredito que nós já tenhamos resolvido esse problema há muito tempo, no período em que resolvemos colocar nossos ideais nas mãos de alguns governantes e eles ditam o que é certo e errado. Se discordamos nos manifestamos para que ouçam nossas vozes e façam cumprir o que a maioria exige, pelo menos deveria ser assim em teoria, alguns chamam isso de democracia, embora eu discorde, afinal democracia seria se todos pudessem ser ouvidos e atendidos, mas como existem interesses conflitantes isso seria impossível em sua forma plena, mas podemos chamar de democracia algo que se aproxime dessa perfeição e consiga atender às vozes das minorias (minorias são grupos sociais, que tem menos interesses atendidos pelo Estado, ou forma de governo. Exemplo: embora as mulheres sejam maioria em número perante o total da população brasileira, como grupo são consideradas uma minoria, vez que em uma sociedade brasileira com governantes em maioria sendo homens, as mulheres têm suas demandas menos atendidas) assim como a da maioria.

Ou seja, não cabe à mim ou à você dizermos nas mídias sociais o que é certo ou errado, não cabe a nós definir o que falta de respeito e o que é liberdade de expressão. Não nos cabe condenar a passeata de pessoas que julgamos homofóbicas, xenofóbicas ou racistas, e menos ainda condecorar quem os agrediu. Afinal são só opniões individuais e carregadas de conceitos muito próprios e específicos e não importa o quanto você tente dizer a um racista que isso é errado pois difícilmente alguém muda suas convicções. O que podemos fazer é lutar para que as nossas vozes sejam ouvidas e pra isso não é necessário atropelar ninguém com seu carro. Nem xingar seus colégas no Facebook por discordarem de você. Nem parar de conversar com alguém por ser diferente de você na opinião. Acha mesmo que isso é ser o tolerante?? Acha mesmo que é diferente virar a cara pra alguém pela sua opinião pessoal ou pela cor da sua pele? Acha mesmo que um ser mais relevante socialmente que o outro (opinião ou racismo) justifica a sua intolerância?

Então reflitam se vale a pena se expor nas suas redes sociais por coisas que são mera opinião pessoal, ou ideais próprios. Isso é uma luta sem fim, a intolerância não tem lado ela simplesmente existe e quem é intolerante acha que sua intolerância é justificada, seja porque ele odeia gays e é errado ser gay ou porque é coisa de imbecil odiar alguém que se declara gay.


Obrigado pela paciência e pela tolerância que tiveram de ler até aqui.

Um grande abraço a todos.

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